O termo metaverso ganhou as manchetes como promessa tecnológica, embalado por realidades virtuais e ambientes tridimensionais. Mas, para quem projeta sistemas e pensa estrategicamente, essa é apenas a superfície.
O valor real está em tratá-lo não como um produto ou interface, mas como uma estrutura mental e operacional para compreender e criar ecossistemas digitais.
Aqui, o metaverso é o espaço das possibilidades — um mapa onde cada ponto pode ser uma interação, um processo automatizado ou uma experiência de marca.
O núcleo conceitual vem da própria palavra: meta (“além”) e verso (“o todo”). Não se trata de escapar da realidade física, mas de operar em camadas acima dela, conectando contextos, sistemas e experiências.
Enquanto o multiverso sugere universos paralelos independentes, o metaverso é o campo que os contém — e, no digital, é onde coexistem múltiplos sistemas, plataformas e fluxos de dados, todos interligados por relações visíveis e invisíveis.
A neurociência nos lembra que imaginar não é inventar do nada — é observar e recombinar possibilidades.
A Default Mode Network (DMN) cria simulações internas, conectando memórias, informações e contextos. A Rede Executiva Central seleciona e estrutura o que será levado à ação.
Esse funcionamento é um bom paralelo para projetar sistemas virtuais:
Quando trazemos esse raciocínio para o digital, desenhamos ambientes que não são apenas pontos de contato, mas janelas de observação e ação, capazes de revelar ao usuário possibilidades antes invisíveis.
Pensar o metaverso como estratégia significa abandonar a ideia de elementos isolados.
Um site, um chatbot, uma automação ou um painel de analytics são apenas nós em uma rede maior.
O valor está em como esses nós se conectam:
Essa abordagem se traduz em práticas tangíveis:
O maior valor estratégico está em enxergar o digital como campo de observação e criação simultâneos.
Observar é perceber padrões, fluxos e possibilidades antes invisíveis; criar é transformar essas observações em sistemas, interfaces e experiências que conversam com múltiplas camadas do ecossistema.
Nesse sentido, o metaverso deixa de ser um destino e se torna um método para projetar realidades digitais conectadas — onde cada parte é viva, adaptável e integrada ao todo.